quinta-feira, 9 de agosto de 2012

telemarketing


fios
colados.
marcada a renda na virilha e
se faz soar na cama
um pouco daquele
barulho que você faz
quando umedece
a tarde inteira, das duas até as suas
pernas estacionadas em
um corpo
se faz suar na calma
"eu não lembro o que sonhei"
mas sonhei
das duas até as nossas
pernas destensionadas ou sem um corpo
que nos valha o trabalho de sair, por fim,
desse úmido preguiçoso.

domingo, 6 de maio de 2012

Reservado






























Trabalho desenvolvido com Flávio Gatti, para a Exposição Deriva, no Centro Cultural da UFMG, 2011.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Eu faço solidão


Há uma forma que me prende ou me permite escapar os pensamentos.
Uma forma tão enquadrada que quase não suporta a divisão desses dois espaços unidos.
Lá fora, sempre que olho, brota uma nova semente.
Um quadro ainda fresco, em movimento, quente.
Tudo daqui é pequeno.
Já olhando para dentro, tudo passa da minha cabeça, quase incomoda.
Um plano fechado revelando a intimidade da paisagem dura e fria.

Oferece a mim uma surpresa, ofereço o meu tempo esquecido.
Aberta faz um bem.
Coloco as ideias pra secar, enquanto sou transportado de vertigem.
Posso ouvir duas melodias, que se misturam, viram silêncio. Nublado.
Ficar estacionado até uma noite aborrecida de luz vislumbra.

Aqui pode ser porta para o forte, e pode ser remédio para um tão fraco.
Vejo o que tem além, desperdiço, por hora, a realidade.
Pintei algumas coisas a menos. Meus sentimentos sempre influenciam a cena.
Poeira e vento dançam juntos nesse pequeno intervalo de espaço.


Já não se vê mais aqui a fotografia estourada de branco e mal posicionada.
Não é mais espaço. Falta o sagrado tempo.
Sufoca, prende e engana.
Mas, distante dela, confesso, desequilibro.

Parente(se)







quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


Nome da Imagem: Nothing
Matriz: Linóleo
Cores: Preto, Laranja, Verde e Vermelho
Impressão: Tinta tipográfica

A Criação

A imagem foi realizada a partir de algumas linhas orgânicas­­ e alguns preenchimentos de textura.
A proposta era criar uma imagem simples, que não houvesse peso nos traços e que seu destaque principal fosse a organização das cores.
O nome que compõe a ilustração, Nothing, propõe não ter necessariamente um conceito implícito. A escolha vem pelo significado de não existência, não acrescentando nenhuma idéia à imagem, e somente em inglês pelo corpo da palavra, o que equilibra o texto com a imagem.
O desenho é um ser, sem definição exata, o que pode ser Nada.

O processo

O processo da criação foi realizado em casa e impresso na sala de aula.
O linóleo, material no qual foi trabalhada a imagem, possibilitou criar curvas sem riscos de o material se lascar, como na xilogravura. O que facilitou todo o processo.
Para iniciar a impressão foi preciso fazer toda a marcação do espaço da folha sobre a matriz, que estava afixada na mesa dentro de um suporte no mesmo tamanho, para que a imagem impressa ficasse centralizada.
O material não era de boa qualidade para impressão, o que resultou em algumas falhas de absorção da tinta tipográfica. ­
A solução para algumas impressões foi criar uma segunda camada de tinta preta por cima das imagens falhadas, tornando a imagem mais chapada.
A folha ficou mais carregada de tinta, mas obteve o resultado desejado.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

 


  

Essa cadeira não anda mesmo.
E ainda se tivesse pernas também não cantaria.
O som da mente é doce e peruana.




Imagem: Exposição Stéphane Vigny
Cadeira flauta


Fotografia bordada


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

É preciso trabalhar
É preciso comer e beber
É preciso estudar
É preciso ler e entender
É preciso respirar
É preciso viver e desenvolver
Eu preciso viver e aprender

quinta-feira, 30 de setembro de 2010


A neblina acalmou os olhos ensopados do que virou somente lembrança.
Eu vi aquela pequena vida virar companhia do vento. Agora são gotas de chuvas que caem daqueles mesmos olhos carentes.